O Grupo de Estudos em Neuroinflamação e Neurotoxicologia (Genit) da Universidade Estadual do Ceará (Uece) publicou o trabalho “Os distúrbios do espectro do autismo podem ser um fator de risco para o Covid-19?”. Nele, os pesquisadores Gislei Frota, Matheus Eugênio Lima e Levi Barros analisam a hipótese de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) sejam classificadas como grupo de risco para a infecção pelo novo coronavírus.
A pandemia de coronavírus SARS-CoV-2 está infectando milhões de pessoas e alguns estudos relacionam condições que podem aumentar o risco de desenvolver um curso fatal para a doença, como diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade. O TEA envolve várias modificações no nível genético e imunológico, capazes de serem fatores de risco, assim como as outras condições.
De acordo com o pesquisador e coordenador do Genit, professor Gislei Frota, trata-se de um estudo inédito. “Pela primeira vez foi postulado que o TEA poderia ser fator de risco para Covid-19”. Ele conta como surgiu a hipótese. “Pessoas com TEA são mais suscetíveis a infecções e outras co-morbidades. Isto deve-se ao fato de elas apresentarem um perfil metabólico diferente com importante desregulação imune”.
A pesquisa é muito importante, considerando que existam aproximadamente 70 milhões de pessoas com autismo no mundo. “A importância deste estudo é lançar para a comunidade médica e científica uma atenção especial para pessoas com autismo, pois trata-se de uma população que vem crescendo ano a ano. Seria importante discutirmos, à luz do conhecimento científico, e desenvolvermos pesquisas de coleta de dados com estas pessoas”, destaca professor Gislei.
O estudo conclui que várias características do TEA podem ser considerados pontos para agravamento da Covid-19, como a vulnerabilidade do sistema imune, um estado constante de inflamação endógena, neuroinflamação, além de uma particularidade comum entre TEA e Covid, de afetar mais a população do sexo masculino.
Fonte: Governo do Estado do Ceará
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